Os    remédios usados no Sistema Único de Saúde (SUS) podem vir a ter embalagens    diferenciadas por cores, de acordo com o tipo do produto. O projeto de lei    (PL 4876/12) que trata do assunto foi aprovado neste mês pela Comissão de    Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. 
                     
                    Pelo texto, a obrigação de adotar embalagens com cores diferenciadas deve    constar nos processos licitatórios nos âmbitos municipal, estadual e federal    e do SUS. O projeto pretende evitar casos como o da auxiliar de enfermagem    que foi acusada em 2010 de ter provocado a morte de uma paciente, ao aplicar    injeção com vaselina em vez de soro. 
                     
                    A proposta também atribui à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)    o papel de fiscalizar a diferenciação por cores. 
                     
                    O autor do projeto, deputado Onofre Santo Agostini (PSD-SC), disse que a nova    medida não vai aumentar o custo para os fabricantes, pois o que muda é a cor    das embalagens, e não o conteúdo dos remédios. 
                     
                    "Não vai alterar nada, não aumenta o preço do remédio, absolutamente    nada. Mesmo que aumentasse, eu acho que a vida do ser humano é mais    importante do que o preço do remédio." 
                     
                    Para Nelson Mussolini, do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos de    São Paulo (SINDUSFARMA) a diferenciação por cores pode gerar um sistema    confuso, já que existem mais de 10 mil produtos. Mussolini acha que melhorias    nas condições de trabalho dos profissionais de saúde podem diminuir os erros    na identificação de remédios. 
                     
                    "Na profissão de um enfermeiro que vira o turno, por exemplo, e dobra o    turno dele, ele vai estar trabalhando 48h, e por mais colorida que seja a    embalagem do produto ele vai cometer erros, o que é natural. Outro problema,    sem dúvidas, é o nível de educação das pessoas que se encontram em alguns    hospitais. Precisam ser efetivamente fiscalizadas." 
                     
                    A proposta ainda precisa ser analisada pela Comissão de Constituição e    Justiça e de Cidadania. Se for aprovada, seguirá para votação no Senado. 
                     
                    Ouça a reportagem no site da Rádio Câmara: 
                    http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/radio/materias/RADIOAGENCIA/478115-MEDICAMENTOS-PODEM-TER-EMBALAGENS-DIFERENCIADAS-POR-CORES.html 
                      
                    Fonte: Rádio Câmara  |